Os family offices têm ganhado cada vez mais espaço no mercado financeiro brasileiro. Segundo Luciano Guimaraes Tebar, com o aumento do número de famílias de alta renda no país, cresce também a necessidade de estruturas profissionais para administrar, proteger e multiplicar grandes fortunas. Compreender o funcionamento e o perfil dos family offices brasileiros é essencial para entender como o patrimônio dessas famílias é gerido.
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O que são family offices?
De forma simples, os family offices são organizações criadas com o objetivo de profissionalizar a gestão de patrimônios familiares. Eles funcionam como uma espécie de “empresa privada” dedicada a cuidar de todas as questões financeiras e administrativas de uma família.
Existem dois principais modelos:
- Single Family Office (SFO): exclusivo para uma única família, geralmente de patrimônio muito elevado, que demanda atendimento personalizado e confidencial;
- Multi Family Office (MFO): atende diversas famílias ao mesmo tempo, permitindo compartilhamento de custos e maior eficiência operacional.
Segundo Luciano Guimaraes Tebar, independentemente do modelo, o propósito é o mesmo: garantir a preservação e o crescimento do patrimônio no longo prazo.
Contexto do crescimento no Brasil
O Brasil passou por transformações econômicas importantes nas últimas décadas, o que contribuiu para o aumento do número de milionários e bilionários. Esse cenário impulsionou a criação e a expansão dos family offices.
De acordo com Luciano Guimaraes Tebar, os principais fatores que explicam esse crescimento são:
- Necessidade de planejamento sucessório para transferir patrimônio de forma organizada;
- Diversificação de investimentos, especialmente diante de crises econômicas globais;
- Busca por governança profissional, com decisões mais técnicas e menos baseadas em aspectos emocionais.
Além disso, a globalização e a digitalização facilitaram o acesso a produtos financeiros internacionais, tornando a atuação dos family offices ainda mais estratégica.

Principais funções dos family offices
O trabalho de um family office vai muito além da simples administração de investimentos. Entre as principais funções, destacam-se:
- Gestão de investimentos: criação e monitoramento de carteiras diversificadas, incluindo renda fixa, renda variável, fundos, ativos internacionais e alternativos;
- Planejamento sucessório: definição de estratégias para garantir uma transição patrimonial organizada, evitando conflitos familiares e perdas financeiras;
- Gestão tributária: elaboração de estruturas que reduzam a carga fiscal de forma legal e eficiente;
- Filantropia e impacto social: destinação de parte do patrimônio para projetos sociais, culturais e ambientais que reflitam os valores da família.
Esse conjunto de funções mostra como os family offices se tornaram centros de decisão estratégica para famílias de alta renda.
Estratégias usadas pelos family offices brasileiros
Os family offices no Brasil têm adotado estratégias cada vez mais sofisticadas. Entre elas:
- Internacionalização de investimentos: alocação de parte dos recursos em ativos fora do Brasil, protegendo o patrimônio contra oscilações locais;
- Investimentos alternativos: como private equity, venture capital, fundos imobiliários e ativos de impacto social;
- Uso de tecnologia: adoção de softwares de gestão patrimonial e ferramentas de análise de risco.
Como aponta Luciano Guimaraes Tebar, uma tendência cada vez mais presente é a busca por investimentos sustentáveis e responsáveis, alinhados às práticas de ESG (ambiental, social e governança). Essa mudança reflete principalmente a influência das novas gerações, que valorizam não apenas o retorno financeiro, mas também o impacto positivo no mundo.
Tendências para o futuro dos family offices no brasil
O futuro dos family offices brasileiros promete avanços em três áreas: a digitalização e inovação tecnológica, com uso crescente de inteligência artificial, blockchain e big data; a integração com fintechs, que deve reduzir custos e ampliar a transparência; e a expansão do foco em ESG, reforçando a importância da sustentabilidade e da governança ética. Conforme destaca Luciano Guimaraes Tebar, a tendência é que essas estruturas atuem como verdadeiros “guardiões do patrimônio”, mas também como agentes de transformação social.
Autor: Jormun Baltin Zunhika
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