Conheça os desafios do financiamento imobiliário em um cenário volátil!

Alex Nabuco dos Santos analisa os principais desafios do financiamento imobiliário diante da instabilidade econômica.
Alex Nabuco dos Santos analisa os principais desafios do financiamento imobiliário diante da instabilidade econômica.

De acordo com o empresário Alex Nabuco dos Santos, o segmento de incorporação imobiliária e crédito opera em um equilíbrio delicado, especialmente quando confrontado com um cenário volátil de juros e inflação. O acesso ao financiamento é o oxigênio do ciclo de produção de novos empreendimentos, mas os desafios impostos pela alta taxa de juros, pela burocracia e pela escassez de recursos de longo prazo tornam a alavancagem um movimento de risco calculado. 

Se você tem interesse em compreender o fluxo de capital, as estratégias para impulsionar empreendimentos e como distinguir as incorporadoras resistentes daquelas que se abalam com a instabilidade econômica, continue com a leitura!

O alto custo do financiamento e a taxa de juros elevada

O principal obstáculo para a incorporação imobiliária e crédito no Brasil é o alto custo do financiamento, diretamente atrelado à taxa de juros básica (Selic). Um ciclo produtivo longo, como o da construção civil, tem sua rentabilidade diretamente afetada por taxas elevadas, que elevam o custo final da obra e, consequentemente, o preço de venda ou locação dos imóveis.

Como considera o empresário Alex Nabuco dos Santos, a prioridade dos grandes bancos em destinar a maior parte do crédito imobiliário para a compra de imóveis prontos, em vez de financiar o ciclo de obra (produção), agrava a situação para pequenos e médios incorporadores. Isso os obriga, muitas vezes, a buscar fontes de financiamento mais caras ou a depender excessivamente da capitalização através das vendas na planta, o que adiciona risco ao projeto.

Alavancagem saudável: Quando o crédito é vantajoso?

Alavancar um projeto de incorporação imobiliária (tomar crédito para financiá-lo) é uma estratégia essencial para escalar os negócios e maximizar a rentabilidade do capital próprio. No entanto, é fundamental que essa alavancagem seja saudável e planejada com extrema precisão.

Planejamento e estratégia são essenciais para financiar imóveis com segurança, explica Alex Nabuco dos Santos.
Planejamento e estratégia são essenciais para financiar imóveis com segurança, explica Alex Nabuco dos Santos.

Como ressalta especialista Alex Nabuco dos Santos, a alavancagem só é vantajosa quando o custo do capital obtido é significativamente inferior à rentabilidade potencial do projeto, mesmo considerando um cenário volátil e o longo prazo de retorno. O uso de instrumentos como as Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) ou Fundos de Investimento Imobiliário (FII) como fontes de captação pode oferecer alternativas para diversificar a estrutura de capital e reduzir a dependência das linhas de crédito bancário tradicionais.

Desafios de captação em meio à crise da poupança

A principal fonte de recursos para o crédito imobiliário no Brasil é a caderneta de poupança (SBPE). O cenário volátil e a alta taxa de juros têm provocado quedas nos depósitos de poupança, pressionando a disponibilidade de recursos para o financiamento tanto da construção quanto da aquisição.

Conforme expõe o empresário Alex Nabuco dos Santos, o setor precisa urgentemente de novas fontes de financiamento de longo prazo, como o mercado de capitais, e de um debate aprofundado sobre o impacto da tributação em instrumentos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que competem com o crédito habitacional. A sustentabilidade do mercado imobiliário depende da garantia de um fluxo de capital robusto e contínuo.

Governança e transparência como fatores de confiança

Em um cenário volátil, a confiança dos investidores e das instituições financeiras é crucial. Empresas de incorporação imobiliária com governança corporativa sólida, alta transparência na gestão de projetos e baixo nível de informalidade na mão de obra têm maior facilidade em acessar crédito e em condições mais favoráveis.

Como considera o especialista Alex Nabuco dos Santos, a profissionalização da gestão e a utilização de ferramentas de monitoramento de risco e de planejamento de custos, como o BIM (Building Information Modeling), são diferenciais competitivos que mitigam a percepção de risco por parte dos financiadores.

Planejamento estratégico para a resiliência!

O segmento de incorporação imobiliária e crédito continuará a enfrentar desafios do financiamento em um cenário volátil. A superação dessas barreiras exige mais do que apenas um bom projeto; requer um planejamento financeiro estratégico, busca por fontes de capital alternativas e uma gestão de risco rigorosa.

O futuro da incorporação imobiliária é construído com resiliência e inovação. As empresas que priorizarem a eficiência operacional, a transparência e a busca por soluções criativas para a captação de recursos estarão mais aptas a prosperar, contribuindo para a redução do déficit habitacional e para o desenvolvimento econômico do país.

Autor: Jormun Baltin Zunhika