Mulheres no empreendedorismo: enfrentando a desigualdade de gênero

Cláudia Angélica Martinez
Cláudia Angélica Martinez

No dia 19 de novembro, comemoramos o Dia do Empreendedorismo Feminino, uma data que deveria ser de comemoração, mas que, para a empresária Cláudia Angélica Martinez, lembra da persistente desigualdade de gênero no mundo dos negócios. O Brasil, uma nação onde as mulheres representam 52,5% da população, não reflete essa maioria quando se trata de empreendedorismo. 

De acordo com o levantamento Fintech Diversity Radar da empresa de pesquisa americana Findexable, o Brasil é um terreno fértil para fintechs, com 1,5 mil delas operando no país. No entanto, apenas 16, pouco mais de 1% do total, foram criadas por mulheres. Essa disparidade se reflete também na busca por investimento, com a pesquisa histórica de que na mídia as mulheres fundaram apenas 1,5% das fintechs no mundo, e o capital de risco é predominantemente direcionado a homens brancos, que receberam 93% do total.

Essa lacuna na representatividade e investimento é uma questão preocupante que impacta as qualidades do potencial econômico do país. Para combater essa desigualdade, a profissional experiente do mercado financeiro, Cláudia Martinez idealizou a She Invest, uma plataforma de investimento ponto a ponto, ou “peer-to-peer” (P2P), direcionada para empreendedoras. 

“Desde 2019, o número de investidoras na bolsa ultrapassou um milhão de pessoas, mas ainda somos 28% do total, com volume financeiro de pouco mais de R$ 100 bilhões”, indica a empresária. Cláudia Angélica Martinez aplica seu conhecimento de mercado para avaliar projetos e ajudar empreendedoras a apresentar suas ideias de maneira convincente aos investidores. Eles enfatizam a importância de que essas empresas sejam avançadas para mulheres e tenham um impacto real na vida das pessoas, combinando propósito com rentabilidade.

O caminho para diminuir a desigualdade de gênero no empreendedorismo é longo. A plataforma de Equity Crowdfunding Efund Investimentos avaliou 400 empresas para oferecer aos investidores, e apenas 3% delas foram fundadas por mulheres ou tinham executivos em cargos de liderança. Essa disparidade é prejudicial à competitividade do país. Os investidores confirmam os benefícios da gestão feminina, incluindo o cuidado na administração de recursos e atenção aos detalhes na operação. 

Estudos demonstram que startups fundadas por mulheres têm um desempenho 63% superior às fundadas por homens. Cada dólar investido por uma fundadora gera 2,5 vezes mais receita do que um investimento em uma startup fundada por um homem, de acordo com um levantamento do Boston Consulting Group.

A empresária da She Invest, Cláudia Martinez, destaca as características e vantagens específicas dos investimentos em sua plataforma. Atualmente, são oferecidas oportunidades de investimento com rentabilidade anual de 13,5% a 14%, com prazos de 18 a 24 meses. O investimento mínimo é acessível, a partir de R$1. Além disso, a She Invest agora atua como uma plataforma de investimento coletivo, em parceria com a Bloxs, uma das maiores do segmento no Brasil. Tudo é feito online e regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No segmento P2P, os investimentos são feitos por meio de Cédula de Crédito Bancário (CCB) com garantia atrelada ao empreendimento e aval dos sócios.

A She Invest, juntamente com outras iniciativas que promovem o empreendedorismo feminino, está se tornando um farol de esperança para as mulheres que buscam igualdade de oportunidades no mundo dos negócios. À medida que mais mulheres são apoiadas, mentoradas e financiadas, elas têm a capacidade não apenas de prosperar individualmente, mas também de enriquecer a economia e a sociedade como um todo. O investimento no empreendedorismo feminino não é apenas uma questão de justiça, mas também uma oportunidade estratégica para o Brasil. Como Cláudia Angélica Martinez destaca, o objetivo é mostrar ao mercado negócios relevantes para a sociedade, geridos por mulheres para que elas enxerguem e apoiem. Essa é uma mensagem de inspiração e importância para todos nós. É hora de apoiar e investir no potencial das empreendedoras, criando um futuro mais inclusivo e igualitário para todos.