Desesperadamente à procura de um caça furtivo japonês

Para desespero dos EUA e do Japão, o caça F-35 que caiu há duas semanas no oceano Pacífico ainda não foi encontrado. Equipado com tecnologia que o torna invisível aos mais modernos radares, o avião tem grande interesse para países vizinhos como a China ou a Rússia.
Quinze dias de buscas initerruptas por parte das marinhas japonesa e norte-americana revelaram-se até agora infrutíferas para encontrar o caça F-35 da Força Aérea japonesa que se despenhou a 9 de abril, quando sobrevoava a costa leste da região de Aomori. O desaparecimento daquele que é considerado o mais avançado avião de combate do mundo levanta questões junto dos especialistas e é mais um golpe para a indústria aeronáutica dos EUA, muito afetada pelos recentes acidentes com os Boeing 737 MAX

O avião despareceu dos radares pouco minutos depois de ter levantado vôo da base de Aomori, onde está sediada a esquadrilha de 13 aparelhos F-35A adquirida recentemente pela marinha japonesa à norte-americana Lockeed Martin. A aeronave desaparecida é da versão F-35 A Lightining II, considerada o “estado da arte” da teconologia norte-americana e foi o primeiro aparelho a ser montado no Japão pela Mitsubishi Motors.

“Temos uma boa ideia de onde poderá estar o avião”, disse esta semana à CNN um oficial da marinha dos Estados Unidos. De acordo com a mesma fonte, a marinha norte-americana já conseguiu reduzir as buscas para um patamar próximo dos 450 metros de profundidade, em vez dos 1500 metros que inicialmente alguns especialistas adiantaram.

Para reforçar os meios de busca no Pacífico, o Japão enviou ontem o navio oceanográfico Kaimei para junto das frotas japonesa e norte-americana. “A decisão japonesa de juntar um navio civil às operações de busca realça o elevado grau de sensibilidade da tecnologia do caça e também a urgência em comprender como é que um avião novo despareceu subitamente dos radares”, salientou ontem o diário britânico “Financial Times”. O Kaimei é o mais moderno navio oceanográfico japonês, equipado com sonares de grande profundidade e com um submarino não tripulado com capacidade de operação até aos 3 mil metros de profundidade.

Mais preocupantes ainda são as declarações do ministro da Defesa japonês sobre vários acidentes sofridos em março pela esquadrilha de F-35, salientam os analistas do AeroBuzz.Fr. Segundo Takeshi Iwaya, a esquadrilha japonesa registou sete aterragens de urgência ou de precaução, interrompendo as missões. “É muito para apenas 13 aparelhos que não fazem mais de duas saídas por dia cada um”, afirmam os analistas do AeroBuzz.Fr. Os mesmo especialistas salientam que problemas técnicos obrigaram por duas vezes o aparelho desaparecido a nove de abril a regressar à base.